quarta-feira, 11 de março de 2009

Aulas de Xadrez em São Caetano do Sul

XADREZ ESCOLAR (indicado para crianças de 7 a 13 anos):
- união do estudo da matemática, da língua portuguesa e demais disciplinas curriculares com o aprendizado do jogo de xadrez.

XADREZ DE COMPETIÇÃO (indicado dos 13 aos 99 anos de idade):
- temos um curso para quem ainda não sabe jogar (Iniciação) e um para quem já sabe jogar e quer melhorar (Básico). Muito bom para quem deseja participar de competições em escolas, clubes, associações como: Jogos Escolares, Torneio das Industrias (SESI), Torneio Inter-Empresas, Torneios no SESC São Caetano, etc.

Aulas de segunda a sexta-feira, pela manhã, à tarde ou à noite, com uma duração média de 2hs, sendo 4 aulas por mês (uma por semana).

O curso é todo apostilado, as aulas são individuais e o inicio é imediato. Para maiores informações e valor das aulas, favor enviar um e-mail para : mario_vazjr@yahoo.com.br

NOTA: as aulas não são pela internet, mas sim presenciais.

O aprendizado e a prática do xadrez desenvolvem habilidades como: atenção, concentração, julgamento, planejamento, imaginação, antecipação, memória, paciência, autocontrole, raciocínio, criatividade, organização metódica do estudo e interesse por línguas estrangeiras.

Atelier Projetto Arte Design
Rua Flórida, 596 – Vila Barcelona - São Caetano do Sul
Telefone: 4229-9073 (das 10hs às 17hs)

Pagina na WEB: http://www.flickr.com/photos/7523662@N08

Referências do local: próximo à Faculdade IMES, ao DETUR de São Caetano; próximo ao Clube da GM; próximo da Padaria Canoa

terça-feira, 10 de março de 2009

Atividades Enxadrísticas Motivadoras

Por: Professor Wilson da Silva
Tendo em vista o pouco conhecimento enxadrístico que o professor de xadrez escolar geralmente possui, propomos aqui algumas estratégias que podem ser utilizadas para manter os alunos motivados para o estudo e a prática do xadrez.

Estas atividades podem ser divididas em:

1. COMPETIÇÕES
Existem diversos tipos de competições que o professor de xadrez pode utilizar para promover o xadrez na sua escola. Dentre elas pode-se destacar: Match, Torneio, Distância (postal, telégrafo, telefone e internet), Individual ou Equipes, Tempo de reflexão (convencional, rápido e blitz), Gincanas, Análise (problemas e partidas).

1.1. Torneio
O Torneio de Xadrez deve ser considerado pelo professor de xadrez como uma ferramenta motivadora valiosa. Através dele o professor poderá acompanhar como os alunos estão assimilando os conceitos trabalhados em sala. Existem muitos Sistemas de Torneios usados em competições de xadrez, mas os mais utilizados em escolas são: Eliminatório, Suíço e Schuring.

1.1.1. Eliminatório: é aplicável em competições que possuem um grande número de jogadores e que deve ser realizada em um período de tempo o menor possível. Tem o mérito de ser facilmente gerenciável.

1.1.2. Suíço: através do Sistema Suíço é possível organizar uma competição com um número grande de participantes em um tempo relativamente pequeno, sem o inconveniente de eliminar participantes. O objetivo básico do Suíço é apontar um claro vencedor em um número de rodadas tão pequeno quanto possível.
Princípios Gerais do Sistema Suíço:
As leis fundamentais do Suíço são: (a) Em cada rodada, se for possível, jogadores com igual pontuação são emparceirados. (b) Se for impossível emparceirar todos os jogadores com igual pontuação, então cada jogador que não foi emparceirado com um jogador de pontuação igual a sua será emparceirado com um jogador de pontuação o mais próximo possível da sua. (c) Dois jogadores não se enfrentam mais que uma vez.
Na primeira rodada, todos os jogadores têm igual pontuação (zero) e jogam juntos em um único grupo.
Na segunda rodada, os jogadores são divididos em três grupos: (a) quem venceu, (b) quem empatou, e (c) quem perdeu. Os jogadores em cada grupo são emparceirados. O mesmo sistema de grupos é continuado através do torneio.

1.1.3. Schuring (um contra todos): O Sistema Schuring oferece, dentre todos os sistemas, o resultado final mais confiável. Isto é especialmente verdadeiro se forem adotadas rodadas duplas onde cada jogador tem a chance de jogar de brancas e pretas com o mesmo adversário.
Antes de começar a competição, cada jogador recebe um número. Esse número automaticamente determina o emparceiramento e cor de cada rodada, usando a Tabela de Emparceiramento.
Obs. Existem softwares que auxiliam no gerenciamento de competições como é o caso do Swiss Perfect que pode ser encontrado no site do Centro de Excelência de Xadrez (CEX).

1.2. Lance do Mestre
Esta atividade consiste em selecionar uma partida que tenha um bom nível técnico, e prepará-la para a atividade. A preparação consiste basicamente em analisar a partida e escolher os lances mais interessantes feitos pelos Mestres. Depois o professor reproduzirá a partida para os alunos e perguntará: Qual é o lance do Mestre? À medida que os alunos forem respondendo, o professor dará pontos para os que acertarem, ou penalizará os erros graves. É muito importante o professor analisar junto com a turma todos os lances sugeridos. Em uma partida bem preparada cada pergunta feita pelo professor deve envolve mais que uma possibilidade de resposta correta.

1.3. Problemas de Xadrez
Os problemas são situações enxadrísticas especiais que causam perplexidade, pois são apresentados de acordo com uma idéia ou combinação de idéias planejadas.
Os problemas apresentam criativas oportunidades para o estudo da ciência do final de partida. Esses exercícios ajudam no desenvolvimento da habilidade necessária à exploração dos poderes das peças, no planejamento de combinações eficientes e na produção de mates sem a execução de lances desnecessários.
Os especialistas em problemas são classificados em duas áreas: Compositor (quem faz) e Solucionista (quem resolve).
Os problemas dividem-se em muitas categorias. A seguir algumas delas:
a) Diretos: Problema tradicional onde as brancas buscam o mate e as negras tentam se defender.
b) Ajudados: as negras ajudam as brancas a darem mate. Dizendo assim aparenta ser fácil a resolução, mas na verdade não é.
c) Retroanálise: são classes especiais de problemas onde a legalidade da posição é fundamental para a solução.
d) Inversos: neste caso as brancas obrigam as negras a lhes darem mate.
Obs. Existem diversos softwares que auxiliam na confecção e resolução de problemas, como é o caso do Problemist.

2. CLASSIFICAÇÃO
Há muito tempo iniciou-se a busca para encontrar um sistema numérico que pudesse comparar a força dos jogadores de xadrez, pois o resultado final de um torneio oferece somente um ranking provisório dos participantes. Os resultados individuais da maioria dos jogadores variam de torneio para torneio, então uma classificação baseada somente nos resultados dos torneios não é muito confiável. Existem atualmente diversos sistemas de classificação dos quais podemos citar: Somatórios (pontos no circuito), Estatísticos (rating), Títulos (GM, MI, MF), Grupos. Nesta seção abordaremos somente o rating por se mostrar uma excelente forma de promover o estudo e prática do xadrez.

2.1. Rating
O rating oferece um número grande de vantagens para a prática do xadrez, podendo ser destacadas as seguintes:
a) Cada jogador, se ele conhecer seu rating e a força do torneio (rating médio), pode saber quantos pontos necessita para manter ou aumentar seu rating, o que estimula cada jogador a jogar o seu melhor xadrez.
b) A cada jogador é dada a possibilidade de acessar sua performance objetivamente nos torneio que participou além de poder acessar suas chances em um torneio que queira participar.
c) Técnicos e Professores têm seu trabalho facilitado quando tiverem que selecionar e arranjar suas equipes.
d) Árbitros têm seu trabalho facilitado quando em um torneio devem compor grupos de igual força em pouco tempo, e através do rating, determinar o emparceiramento.
Este sistema de rating converte as diferenças de pontos entre os ratings na probabilidade de ganhar do jogador, ou seja, a porcentagem possível de pontos esperados do jogador no torneio.
Obs. Existem diversos softwares que auxiliam no cálculo do rating, como é o caso do Swiss Perfect e RegNelo. Ambos podem ser encontrados no site do CEX.

3. EXIBIÇÕES
As exibições como o próprio nome diz servem para promover o xadrez para um número grande de pessoas realizando uma atividade inusitada. As mais utilizadas são: Simultânea (um jogador enfrenta vários ao mesmo tempo), Partida Viva (joga-se com pessoas ao invés de peças), Partida às Cegas (um ou os dois jogadores jogam sem ver o tabuleiro e as peças), Desafios (criança x adulto, homem x mulher, homem x máquina), Handicap (um jogador joga dando vantagem ao outro).

3.1 Partida Viva
É a apresentação figurativa e dramática de uma partida de xadrez por meio de representação de pessoas atuando como peças.
Pode ser confeccionado na escola praticamente sem custo: o tabuleiro pode ser pintado no chão (algumas escolas já tem o piso quadriculado), e as peças podem ser feitas com um chapéu ou colete para os alunos.
Muitas aulas práticas podem ser feitas usando-se o tabuleiro gigante.

3.2 Partida Simultânea
Método de jogar xadrez no qual um enxadrista, chamado simultanista, deve disputar dentro de um período de tempo relativamente igual certo número de partidas, cada uma das quais é jogada com um adversário diferente.
Algumas regras da simultânea:
a) O simultanista sempre joga com as brancas;
b) Os participantes da simultânea só podem efetuar seu lance quando o simultanista estiver em frente ao seu tabuleiro. Nesse momento devem jogam obrigatoriamente.
c) Ao simultanista é permitido voltar lances.
É possível jogar essa modalidade no Servidor de Xadrez (SX) do CEX.

3.3. Partida às Cegas
Modalidade em que se joga sem o auxílio de tabuleiro ou peças. A partida é conduzida sem qualquer espécie de auxílio que possa manter a posição atual das peças. Para a garantia da exatidão e referência, registram-se os lances. Este modo de jogar requer uma ótima memória da posição exata de cada peça durante toda a partida.

3.4. Desafios
A singularidade do xadrez faz com que seja um dos esportes mais democráticos existentes. Como o xadrez é um esporte predominantemente mental, confrontos impensáveis em outros esportes são freqüentes no xadrez: deficiente (físico ou visual) x não deficiente; homem x mulher; criança x idoso; homem x máquina.

4. MULTIDISCIPLINARES
Algumas atividades enxadrísticas, por envolverem mais que uma disciplina escolar, revelam-se particularmente interessantes como é o caso da Gincana Enxadrística, das Atividades Culturais (filmes, pinturas, literatura), Artísticas (confecção de peças e tabuleiros), e Históricas (evolução histórica do xadrez).
Podemos tomar como exemplo a Lenda de Sissa: o professor de História/Geografia pode contextualizar a Índia da época, local, religião, relação com outros países, etc. O professor de português poderá estimular a recriação da lenda para os padrões atuais, por exemplo, fazendo analogia com a política brasileira. O professor de Artes poderá dramatizar a lenda, confeccionar as roupas e escolher músicas para a apresentação. O professor de Matemática pode explorar e explicar o estranho pedido feito por Sissa ao rei.

4.1. Gincana de Xadrez
O professor elabora perguntas relacionando o xadrez com disciplinas como: Matemática, História, Geografia, Artes, Literatura, etc.
Os alunos, através de debate com os professores das respectivas disciplinas, buscam resolver as questões à medida que se apresentam. Esta atividade, por ser interdisciplinar, estimula o diálogo entre as disciplinas na escola.

4.2. Mostra de Filmes
Muitos filmes tratam o xadrez como elemento central em seus enredos. Estes filmes podem ser organizados em uma mostra pelo professor na promoção do xadrez. Filmes como Lances Inocentes, O Sétimo Selo, Fresh, Febre de Xadrez, Face a Face com o Inimigo, Viva a Rainha, poderão ser alguns dos títulos selecionados pelo professor.

5. CRIAÇÃO DO CLUBE DE XADREZ ESCOLAR
Esta proposta busca criar uma “atmosfera” motivadora para os alunos fazendo-os sair do ambiente da sua sala tradicional, onde o aluno passa boa parte do dia fazendo atividades que muitas vezes não são agradáveis. É importante que os alunos escolham o nome do clube e que possam participar da sua gestão. Dentro da mesma escola pode haver mais que um clube escolar, um para cada série, por exemplo.
Quando se fala de clube escolar é importante frisar que não se está propondo um espaço exclusivo para o xadrez. É claro que se houver tal espaço ótimo, mas como no geral isso não ocorre, a parceira com a biblioteca da escola dividindo o mesmo espaço é uma boa opção.

6. FORMAS HETERODOXAS DE JOGAR XADREZ
Quando se joga xadrez modificando as regras ou o equipamento diz-se que está jogando uma Variação do Xadrez. Existem milhares de variações e algumas exercem muito fascínio entre os alunos e podem ser utilizadas como atividade motivadora no ambiente enxadrístico, além de sensibilizarem os praticantes para uma determinada faceta do xadrez.
Depois de algum trabalho enxadrístico cansativo, é uma forma excelente de lazer e recreação. Há que se tomar cuidado alertando o praticante que essas modalidades não são xadrez ortodoxo, mas sim variações.
Abordaremos aqui apenas as que são possíveis jogar no SX do CEX. Essas modalidades são chamadas de Bughouse e Wild, nesta última existem sete tipos.

6.1. Bughouse (Australiana)
É jogado entre duas duplas utilizando dois tabuleiros. A característica especial deste jogo é que as peças que você capturar são transferidas para o seu parceiro, que está jogando com as peças de cor opostas as suas. Você pode “soltar” uma peça que você recebeu em uma casa vazia e isso conta como um lance.
Para jogar você deve primeiramente arrumar um parceiro: digite partner nome_do_parceiro para convidar alguém para ser seu parceiro. O jogador tem que aceitar seu pedido. A mesma coisa deve ser feita pela dupla adversária.
Havendo as duas duplas é só um integrante de uma desafiar um integrante de outra assim: digite match adversário bughouse.

6.2. Xadrez Selvagem Estilo 0 (Wild 0)
Aqui a única diferença de uma partida de xadrez normal é que o Rei e Dama pretos estão trocados. Para jogar digite match adversário wild 0.

6.3. Xadrez Selvagem Estilo 1 (Wild 1)
Nesta variação o Rei branco inicia em d1 ou e1, e o preto em d8 ou e8. As Torres estão em suas casas iniciais. Bispos, Cavalos e Damas são sorteados aleatoriamente na primeira fila, mas os Bispos ficam em casas de cores opostas. Para jogar digite match adversário wild 1.

6.4. Xadrez Selvagem Estilo 2 (Wild 2)
Nesta variação todas as peças são arrumadas aleatoriamente na primeira fila, e as pretas espelham as brancas. O roque não é permitido. Para jogar digite match adversário wild 2.

6.5. Xadrez Selvagem Estilo 3 (Wild 3)
Aqui o conjunto de peças é escolhido aleatoriamente, mas com somente um Rei para cada lado. Então pode haver duas Damas, três Torres no início da partida. A posição inicial das pretas é espelhada nas brancas. O roque não é permitido. Para jogar digite match adversário wild 3.

6.6. Xadrez Selvagem Estilo 4 (Wild 4)
Nesta variação dois conjuntos de peças são gerados aleatoriamente, um para cada jogador, e são arrumados também aleatoriamente atrás dos peões. Os bispos são balanceados. Para jogar digite match adversário wild 4.

6.7. Xadrez Selvagem Estilo 5 (Wild 5)
Aqui cada jogador tem o conjunto normal de peças. Enquanto seus peões são arrumados na sétima fila (a uma casa da promoção), suas peças são arrumadas na oitava fila em posição normal. Para jogar digite match adversário wild 5.

6.8. Xadrez Selvagem Estilo 8 (Wild 8)
Neste caso todas as peças maiores estão nas posições normais, mas os peões estão na quarta fila, ao invés da segunda. Para jogar digite match adversário wild 8.

Pedagogia em Xadrez - um método de estudo

Por: Walter Tarira
Talvez por não saber jogar xadrez, mas dele muito gostar, tenho-me dedicado à apreciação dos vários métodos pedagógicos de o ensinar, quer a jovens quer a adultos. E já vi muitos métodos!

Fiquei impressionado com um dos métodos do jogador português MF António Vítor no qual ele utiliza como incentivo o sistema da auto classificação dos movimentos em determinadas posições, pelos próprios estudantes.

Ou seja; o estudante terá de classificar numa escala de 1 a 5 todos os movimentos possíveis em dada posição e classificá-los. Finalmente escolherá o de mais alta classificação e só depois o executará… fantástico como objetivo!

Na verdade, seria o que todo o jogador deveria fazer nas partidas que joga, mas, neste caso, e como não pode escrever, terá que o fazer mentalmente!

Para o aluno resta-lhe a possibilidade de poder confirmar no Fritz ou qualquer outro bom programa, se refletiu bem, mal ou muito mal.

O xadrez é uma ferramenta pedagógica?

Autor desconhecido
Segundo o dicionário Aurélio, "...a pedagogia é a teoria e ciência da educação e do ensino; o conjunto de doutrinas, princípios e métodos de educação e instrução que tendem a um objetivo prático; o estudo dos ideais de educação, segundo uma determinada concepção de vida, e dos processos e técnicas mais eficientes para efetivar estes ideais..."

A aquisição de conhecimento ou cognição é feita através de um conjunto dos processos mentais que envolvem, entre outros, o pensamento, a percepção, e o reconhecimento.

Penso que o xadrez estimula o desenvolvimento mental de crianças e adolescentes, aumentando suas capacidades de cálculo, raciocínio e concentração.

Para uns é esporte e diversão. Para outros é arte e ciência. Mas imagino que não há dúvida que ele desenvolve as potencialidades intelectuais dos praticantes, ao mesmo tempo em que os conduz ao pensamento lógico e formal.

Moralmente, a prática deste jogo é correta, considerando a impossibilidade de nele se fazer trapaças. Ele conduz à experiência do ganhar e do perder, assim como permite o desenvolvimento de qualidades tais como paciência, prudência, perseverança, autocontrole, disciplina, autoconfiança e principalmente sublimando a agressividade nata dos indivíduos.

A vida não deixa de ser misto de luta e jogo; uma competição que nos lança contra os desafios que surgem a cada dia e revelam nosso potencial para enfrentá-los. No xadrez existe semelhança subentendida entre o sentido próprio e o figurado para os vários componentes desta luta, seus métodos, seus objetivos e como alcançá-los.

Pelo exposto, considero que o jogo de xadrez possa ser um importante instrumento auxiliar a ser explorado pela pedagogia.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O xadrez como suporte pedagógico para outras disciplinas

Trabalhos em psicopedagogia demonstram que o xadrez é um precioso coadjuvante escolar, e até psicológico. Assim, pode-se utilizar inicialmente a motivação quase espontânea do aluno em relação ao xadrez visando provocar ou facilitar a sua compreensão em outras disciplinas. Em uma segunda etapa, extrapola-se o universo artificial criado pelas regras do jogo como modelo de estudos de situações concretas. Isto pode aplicar-se a todos os campos do conhecimento - à história, à sociologia, ao direito, à jurisprudência, à literatura, à epistemologia entre outros - e sobretudo à matemática e à pedagogia.

No que concerne à pedagogia, o xadrez permite repensar a relação professor-aluno. A estratégia do ensino é bem próxima da estratégia do xadrez, pois dialética e autocrítica ocupam um lugar primordial e o vencido se enriquece mais que o vencedor.

Além disso, o xadrez apresenta-se como um excelente instrumento na formação de futuros professores das mais diversas disciplinas uma vez que ele favorece a compreensão da estrutura do pensamento lógico, o que desenvolve a adequacidade de transmissão dos conhecimentos aos seus alunos.

No que concerne à matemática, podemos afirmar que o xadrez é um dispositivo eficaz para a aprendizagem da aritmética (noções de troca, valor comparado das peças, controle de casas, enquanto exemplos de operações numéricas elementares...), da álgebra (cálculo do índice de desempenho dos jogadores, que é assimilável a um sistema de equações com “n” incógnitas...) e da geometria (o movimento das peças é uma introdução às noções de verticalidade, de horizontalidade, a representação do tabuleiro é estabelecida como um sistema cartesiano...).

As aplicações xadrez-matemática são bastante vastas e não são necessariamente de nível elementar, já que elas podem concernir:
a) A análise combinatória e o cálculo de probabilidades;
b) A estatística;
c) A informática, e isto em dois níveis: aquele da gestão dos torneios e aquele da programação propriamente dita do jogo;
d) A teoria dos jogos de estratégia;

Entretanto, é no domínio da heurística que o futuro parece ser mais promissor. Se grandes matemáticos como Euler (1707-1783) e Gauss (1777-1855) trabalharam matematicamente problemas originários do xadrez - respectivamente o percurso do cavalo sobre as 64 casas do tabuleiro e o problema da colocação de oito damas sobre o tabuleiro - é possível adotar-se uma postura inversa. Assim, as regras e os métodos que conduzem à descoberta da solução de um problema enxadrístico podem ser aplicadas didaticamente à resolução de um problema de matemática. Isto permite qualificar tal esporte como um instrumento motivador de primeira grandeza para a educação matemática, na medida em que ele fornece uma reserva inesgotável de situações variadas de resolução de problemas.

O xadrez como disciplina escolar

A idéia básica de se levar o xadrez até as escolas reside no fato de ele ser um esporte pedagógico, auxiliando no desenvolvimento das demais disciplinas curriculares. Quem não precisa, por exemplo, adquirir uma boa memória para guardar acontecimentos e datas quando está em uma aula de história? Qual de nós não tem necessidade de ter precisão nos cálculos matemáticos? Sem contar que o xadrez oferece um ambiente ímpar para desenvolvermos nossa criatividade, sendo ainda um excelente meio de recreação e de formação do caráter dos jovens.

Esses fatores, aliados a outros tantos, têm contribuído para que grande parte das escolas do sul do Brasil, além de inúmeras no estado de São Paulo e também em diversas regiões do país, adote o xadrez como disciplina obrigatória ou opcional.

O imenso mérito do xadrez é que ele responde a uma das preocupações fundamentais do ensino moderno: dar a possibilidade de cada aluno progredir segundo seu próprio ritmo, valorizando assim a motivação pessoal do escolar.

Piaget mostrou quais eram as etapas da formação da inteligência da criança. Observando-se grupos de crianças jogando xadrez constata-se que os progressos atingidos nestas etapas seguem ritmos extremamente diferentes, o que permite concluir da importância de se aplicar uma pedagogia de níveis preferencialmente a uma pedagogia orientada para classes da mesma idade.

Enfim, numa época onde o sonho confesso de uma revolução pedagógica é aquele de eliminar a barreira professor-aluno, é preciso reconhecer no xadrez esta virtude: ele não aceita nem o respeito da idade nem aquele da notoriedade. O ensino enxadrístico pode inverter a relação professor-aluno, colocando em xeque as hierarquias instituídas na sala de aula.

Experiências realizadas em diversos países demonstram que o xadrez, quando utilizado como terapia ocupacional, contribui para a reinserção familiar e social de crianças, adolescentes e mesmo adultos infratores ou em liberdade assistida.

Além disso, quando ele é introduzido nas classes de baixo rendimento escolar, auxilia ao desenvolvimento do sentimento de autoconfiança visto que apresenta uma situação na qual os alunos têm a oportunidade de descobrir uma atividade onde podem se destacar e paralelamente progredir em outras disciplinas acadêmicas.

Quadro comparativo das características do xadrez e suas implicações educativas

Características do xadrez:
- Concentração enquanto imóvel na cadeira
- Fornecer um número de movimentos num determinado tempo
- Movimentar peças após exaustiva análise de lances seguintes
- Encontrado um lance, procura outro melhor
- De uma posição em princípio igual, direcionar a uma conclusão brilhante (combinação)
- O resultado indica quem tinha o melhor plano
- Entre várias possibilidades, escolher uma única, sem ajuda externa
- Um movimento deve ser conseqüência lógica do anterior, devendo apresentar o seguinte.

Implicações nos aspectos educacionais e de formação do caráter:
- Desenvolvimento do autocontrole psicofísico
- Avaliação da hierarquia do problema e a locação do tempo disponível
- Desenvolvimento da capacidade para pensamento abrangente e profundo
- Empenho no progresso contínuo
- Criatividade e imaginação
- Respeito à opinião do interlocutor
- Capacidade para o processo de tomar decisões com autonomia
- Capacidade para o pensamento e execução lógicos, autoconsistência e fluidez de raciocínio.

"A impossibilidade de conhecer o melhor lance em uma partida de xadrez é que eleva o xadrez de um jogo científico para uma forma de arte, um meio de expressão individual”. John R. Bowman (físico)

O valor educativo do xadrez

Partindo da premissa de que o desenvolvimento do raciocínio é elemento fundamental para que a cidadania se efetive, apresentamos o jogo de Xadrez como complemento à educação escolar.

Esta atividade proporciona não apenas mais uma opção de lazer, mas a possibilidade de valorizar o raciocínio através de um exercício lúdico. Segundo Charles Partos, mestre internacional suíço, o aprendizado e a prática do xadrez desenvolvem as seguintes habilidades:
a) a atenção e a concentração;
b) o julgamento e o planejamento;
c) a imaginação e a antecipação;
d) a memória;
e) a vontade de vencer, a paciência e o autocontrole;
f) o espírito de decisão e a coragem;
g) a lógica matemática, o raciocínio analítico e sintético;
h) a criatividade;
i) a inteligência;
j) a organização metódica do estudo;
k) o interesse pelas línguas estrangeiras.

Deve-se ter em mente que o Xadrez reproduz uma situação de guerra, mas num contexto lúdico. Cada jogador funciona como um general na condução de um exército. Suas decisões são fundamentais para ganhar ou perder a partida, reproduzindo em escala diminuta o que poderia acontecer em uma batalha.

Acreditamos que o projeto Xadrez na Escola pode desenvolver as habilidades cognitivas citadas, bem como democratizar este jogo-arte-ciência, cuja origem e história perdem-se no tempo.

Atualmente no Brasil, a transcendentalidade no currículo escolar tem sido um dos aspectos mais positivos para a educação integral. Nesse aspecto, o Xadrez tem demonstrado, nos países em que é adotado como disciplina curricular, ser tão importante quanto as disciplinas artísticas e científicas, pois enquanto esporte desenvolve habilidades; enquanto arte estimula a imaginação diante de inúmeras possibilidades que se apresentam, criar seqüências artísticas do jogo; enquanto ciência exige acurado estudo teórico e a elaboração de cálculos precisos.

Educar o raciocínio

O Xadrez merece crédito, porque ensina às crianças o mais importante na solução de um problema, que é saber olhar e entender a realidade que se apresenta.

E, além disso, aprender que as peças no Xadrez não têm valores absolutos, que se deve controlar a posição das demais peças, tanto as próprias quanto as do adversário, para armar uma estratégia. Ter a percepção de flexibilidade e reversibilidade do pensamento que ordena o jogo.

Quantas vezes podemos notar crianças fracassando em matemática, por exemplo, ao não entenderem o que o enunciado do problema lhes diz? Não sabem analisá-lo, aprendem fórmulas de memória; quando encontram textos diferentes não acham a resposta correta.

Deve-se conseguir que as crianças encontrem seu próprio sistema de ação e, para isso, tem-se que evitar, sempre que possível, as soluções mecanizadas.

Assim, na escola secundária, com os dados de um teorema e sua idéia, a demonstração pode ser encontrada pelo aluno, porém, para que isso aconteça, é importante um certo treino na escola fundamental.
Nossa idéia é que em uma época na qual os conhecimentos nos ultrapassam em quantidade e a vida é efêmera, a melhor ferramenta que a criança pode obter em sua escolaridade é um pensamento organizado.

Por que jogar xadrez?

O Xadrez é o segundo esporte mais praticado no mundo, abaixo apenas do futebol. É um grande impulsionador da imaginação, que também contribui para o desenvolvimento da memória, da capacidade de concentração e da velocidade de raciocínio. Foi constatado que o Xadrez desempenha um importante papel socializante, por ensinar a lidar com a derrota e com a vitória, mostrando que a derrota não é sinônimo de fracasso nem vitória é sinônimo de sucesso.

O Xadrez é capaz de mostrar as conseqüências de atitudes displicentes, que não tenham sido previamente calculadas e, por conseguinte, estimula o hábito de refletir antes de agir, além de ensinar a arcar com as responsabilidades dos próprios atos.

O Xadrez é uma arte de grande beleza e apresenta imensa riqueza de possibilidades. É um passatempo agradável e instrutivo que entreteve grandes personalidades de nossa história como Napoleão, Einstein, Voltaire, Goethe, Montesquieu, Benjamin Franklin, Victor Hugo, Machado de Assis e Monteiro Lobato – para citar apenas alguns. E hoje é um esporte que pode ser jogado não presencialmente, através de redes de computadores como a Internet, estando o adversário em qualquer lugar do planeta, e por isso o que mais cresce em adeptos, sendo já considerado o esporte do novo milênio.

Se quisermos também uma explicação científica que mostre os benefícios práticos que podem ser alcançados pela prática desse esporte, poderíamos apresentar opiniões e pesquisas de pedagogos, psicólogos, intelectuais e instrutores de xadrez. Resumindo os resultados, conclui-se o Xadrez contribui para o desenvolvimento das faculdades mentais.

Num estudo realizado na antiga Alemanha Oriental, comparando o desenvolvimento de grupos de estudantes de diversas idades, separando-os em dois grupos: os que jogavam e os que não jogavam Xadrez, concluiu-se que:

- O Xadrez estimula a atividade intelectual e estabiliza a personalidade de crianças e jovens durante seu crescimento. Isso é evidente, sobretudo, na puberdade: crianças que jogam Xadrez apresentam menos crises decorrentes das transformações dessa fase etária do que as que não jogam.
- O raciocínio lógico e a capacidade de cálculo são estimulados, produzindo excelentes resultados no desempenho escolar, com destaque particularmente notável nos casos da Física e da Matemática.
- Em aspectos gerais, os alunos que jogam Xadrez apresentam nítida superioridade em força de vontade, tenacidade, memória e concentração.
- O Xadrez ensina a criança a avaliar as conseqüências dos seus atos, tornando-as mais prudentes e responsáveis.

Também em pesquisas realizadas na Inglaterra, chegou-se à conclusão de que a concentração e a habilidade em formular e posteriormente concretizar planos no tabuleiro contribui significativamente para a tomada de decisões e execução das mesmas no jogo muito mais importante, que é o jogo da vida.
No caso das crianças e jovens, o Xadrez estimula o desenvolvimento intelectual; no caso dos adultos e idosos, o Xadrez contribui preservando por mais tempo a agilidade mental.

Aulas de Xadrez

Xadrez Escolar (indicado para crianças de 7 a 13 anos):
- união do estudo da matemática, da língua portuguesa e demais disciplinas curriculares com o aprendizado do jogo de xadrez.

Xadrez de Competição (indicado dos 13 aos 99 anos):
- temos um curso para quem ainda não sabe jogar (Iniciação) e um para quem já sabe jogar e quer melhorar (Básico). Muito bom para quem deseja participar de competições em escolas, clubes, associações como: Jogos Escolares, Torneio das Industrias (SESI), Torneio Inter-Empresas, Torneios no SESC São Caetano, etc.

Aulas de segunda a sexta-feira, pela manhã, à tarde ou à noite, com uma duração média de 2hs, sendo 4 aulas por mês (uma por semana).

O curso é todo apostilado, as aulas são individuais e o inicio é imediato. Para maiores informações e valor das aulas, favor enviar um e-mail para: mario_vazjr@yahoo.com.br

NOTA: as aulas não são pela internet, mas sim presenciais.

O aprendizado e a prática do xadrez desenvolvem habilidades como: atenção, concentração, julgamento, planejamento, imaginação, antecipação, memória, paciência, autocontrole, raciocínio, criatividade, organização metódica do estudo e interesse por línguas estrangeiras.

Atelier Projetto Arte Design
Rua Flórida, 596 – Vila Barcelona - São Caetano do Sul
Telefone: 4229-9073 (das 10hs às 17hs)

Pagina na WEB:


Referências do local: próximo à Faculdade IMES, ao DETUR de São Caetano; próximo ao Clube da GM; próximo da Padaria Canoa