Uma vez compreendida e assimilada as regras
do jogo e as noções preliminares, podemos passar a estudar a parte prática do
jogo, ou seja, a Partida de Xadrez. É ela um conjunto de jogadas ou lances, com
um único objetivo para cada lado, qual seja o de dar xeque-mate no adversário.
A cada jogada segue-se uma resposta do
adversário e, da repetição destes movimentos, resulta a partida de xadrez.
A jogada é a partida reduzida à expressão
mínima e rudimentar.
Classificação das Jogadas
As jogadas classificam-se em:
a) Jogadas de ataque
Aquela que cria uma situação de perigo ao
adversário.
b) Jogadas de defesa
Aquela que estabelece uma proteção para o
lado que a realiza.
c) Jogadas neutras
É a jogada que, por exclusão, não é nem de
ataque e nem de defesa. Estão incluídas nesta designação os lances para a
colocação de peças no jogo, também chamados de lances de desenvolvimento.
d) Jogadas errôneas
Aquela que propicia ao adversário uma
vantagem imediata, ou alguns lances após, ao adversário.
Relações entre Jogadas e Respostas
Podemos estabelecer as seguintes relações
entre as jogadas e as respostas:
a) Jogada de Ataque
Resposta: defesa ou contra-ataque.
b) Jogada de Defesa
Resposta: ataque ou preparação de ataque.
c) Jogada Neutra
Resposta: ataque ou preparação de ataque.
d) Jogada Errônea
Resposta: aproveitamento do erro.
Esta classificação de jogadas e o quadro de
suas relações com as respostas não devem ser considerados nem completos e,
tampouco, perfeitos. Apresentam apenas interesse didático, com a finalidade de
facilitar, tanto quanto possível, o estudo dos principiantes.
Como Conduzir uma Partida
Desde que o jogo de xadrez seja uma luta e,
como tal exija a participação de elementos de combate, a primeira
preocupação do enxadrista, ao iniciar uma partida, será tirar as
peças de suas desfavoráveis casas iniciais, ampliando-lhes o raio de
ação e, por conseqüência, a capacidade de luta de cada uma. A isso denominamos
Desenvolvimento de Peças.
Outra preocupação inicial do jogador é que as
peças sejam desenvolvidas tendo em vista as casas centrais do tabuleiro
(conforme vimos na aula Conceitos de Desenvolvimento e Centro).
A importância do desenvolvimento das peças
e das casas centrais são fatores que conduzem o enxadrista a uma posição
vantajosa na abertura.
O Lance Próprio
Antes de realizar um lance, na abertura, o
jogador deve responder, afirmativamente, às seguintes perguntas:
a) O lance atende ao desenvolvimento?
b) O lance tem ação no centro do
tabuleiro?
Esses são os objetivos iniciais e devem ser
sempre seguidos pelo iniciante.
Uma vez vencida a fase da abertura, a
jogada para ser realizada, deve continuar a ter uma finalidade,
quer seja de ordem estratégica, quer seja de ordem tática. Lances sem
objetivo são inúteis, ocasionando perdas de tempo e mesmo a derrota.
O Lance do Adversário
O lance do adversário deve ser estudado
cuidadosamente, procurando descobrir-lhe as intenções.
Antes de tudo é preciso pensar nas
intenções do rival. Se não proceder desta maneira, há o risco de perda
de material e até do xeque-mate imediato.
Graças ao procedimento simples e intuitivo
de analisar os planos contrários, o jogador põe-se a salvo de surpresas
desagradáveis.
RESUMINDO
Na realização de qualquer jogada, o jogador
deve atender a duas perguntas fundamentais:
a) Qual a intenção do adversário
com seu ultimo lance?
b) Qual finalidade tem a jogada
que pretendo realizar?
Na fase da abertura do jogo, alem dessas
perguntas o jogador deve atender, afirmativamente, a outras duas:
a) O lance atende ao desenvolvimento?
b) O lance tem ação no centro?
Conceitos da Abertura
O desenvolvimento da ABERTURA deve obedecer
a quatro princípios básicos em duas etapas distintas:
a) ANTES DO ROQUE
1) Controle do Centro do Tabuleiro: Dentro deste principio,
convém jogar e2-e4 com as peças Brancas e e7-e5 com as peças Negras. Convém ao
principiante iniciar a partida sempre com o Peão do Rei, pois
conduz a partidas de mais fácil entendimento.
2) Desenvolvimento de Cavalos e Bispos: Preferencialmente
nesta ordem
3) Preparação do ROQUE
4º) Execução do ROQUE nos 10 primeiros lances
b) DEPOIS DO ROQUE
1º) Controle do Centro do Tabuleiro
2º) Desenvolvimento de peças
3º) Abertura de linhas
4º) Mobilidade e Harmonia entre as peças
É um erro comum no principiante iniciar
ataques com o próprio Rei na coluna central do tabuleiro. O Rei fica
exposto a contra-ataques e na maioria das vezes leva xeque-mate em poucos
lances. Daí vem a importância de realizar o roque o quanto antes possível.
Observação sobre os
princípios enunciados acima
É importante notar que o respeito a estes
princípios permite ao principiante encontrar qual o melhor lance a executar
entre vários a sua disposição.
Basta que prefira sempre o lance que
atenda ao maior numero dos quatro princípios em cada etapa da abertura.
Procedendo assim, dificilmente fará um lance ruim.
Para maiores esclarecimentos sobre o procedimento
nas aberturas, citaremos a seguir os conceitos enunciados por
autores já consagrados:
1º) No inicio do jogo não mover
nenhum peão que não seja o PEÃO DO REI (e2-e4) ou o PEÃO DA DAMA
(d2-d4). Exceto, é claro, nas aberturas da Ala da Dama quando se pode jogar
c2-c4 antes de Cb1-c3.
2º) Na abertura, NÃO SE DEVE
mover DUAS VEZES a mesma peça.
3º) Deve-se mover os Cavalos antes
dos Bispos.
4º) NÃO CAPTURE o Cavalo do
Rei do seu adversário ANTES QUE ELE TENHA FEITO O ROQUE.
5º) Sempre que possível, desenvolva
uma peça que represente alguma ameaça para o adversário.
6º) Não movimente a sua Dama
precocemente. Ou seja, antes de completar o desenvolvimento das peças
menores: Cavalos e Bispos.
7º) Faça o ROQUE,
preferencialmente o da Ala do Rei (Roque Pequeno), o mais
rapidamente possível.
8º) Na abertura jogue sempre
procurando obter o controle do CENTRO do tabuleiro.
9º) Esforce-se para manter sempre, ao
menos um peão no CENTRO do tabuleiro.
10º) Não faça movimentos de peças que
bloqueiem o desenvolvimento das próprias peças.
11º) Evite perdas de tempo.
Por exemplo: muitos xeques durante a Abertura podem ser aparados pelo
adversário com lances que favorecem o desenvolvimento das peças dele.
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