quinta-feira, 28 de maio de 2009

Partidas Analisadas - Capablanca x Steiner

Vamos começar a ter contato com os principais conceitos de xadrez (tática, desenvolvimento, centro, estratégia, etc.). Para tanto veremos algumas partidas analisadas praticamente lance a lance. As frequentes repetições do propósito de cada lance, de cada jogada, têm o objetivo de mostrar ao jogador principiante a importância de certos conceitos fundamentais do jogo.

Depois de ler uma, duas, tres vezes, que os cavalos desempenham melhor sua missão, ao iniciar a partida, na casa f3 e que as torres devem controlar as colunas abertas, você saberá que essa estratégia, que este desenvolvimento peculiar de cada uma das peças é, geralmente, o melhor.

Desta forma, assim como qualquer jogador experimentado, saberá que jogada deverá fazer quando estiver procurando uma casa boa para um cavalo, uma torre, etc. Isso não quer dizer que deva se acostumar a jogar superficialmente e sem pensar. Mas sim como e quando aplicar principios valiosos e quando e como desafiar convenções. Com o tempo você irá adquirir o hábito de fazer boas jogadas com a mesma facilidade com que uma criança absorver, no seu dia-a-dia, a linguagem: ouvindo e falando e não estudando as regras gramaticais.

Procure reproduzir cada uma das partidas que se seguirão prestando muita atenção em cada comentário, em cada análise e aprenda a jogar o xadrez de uma forma lógica, jogada a jogada.

A 1ª partida que estudaremos é: Capablanca, José Raul (CUB) x Steiner, Herman (USA) - jogada em Los Angeles, no ano de 1933.

José Raúl Capablanca y Graupera , enxadrista cubano detentor do título de campeão do mundo entre 1921 e 1927. Capablanca ainda é considerado como um dos melhores jogadores de todos os tempos, especialmente conhecido pela sua rapidez de julgamento, isenção de erros, grande qualidade nos finais e estilo posicional. Em toda a sua carreira, Capablanca sofreu menos de cinquenta derrotas em jogos oficiais, conseguindo ainda o feito de estar invicto durante oito anos consecutivos, de 1916 a 1923, inclusive, uma série de 63 jogos sem perder incluindo a vitória no campeonato do mundo. Vamos à partida:
1. e2-e4
Será este um bom lance na abertura? Vamos ver:
a) Ao avançar da casa e2 para a casa e4, o Peão do Rei, duas diagonais são abertas: uma para a saída do Bispo do Rei e a outra para a Dama. Logo, este é um lance de desenvolvimento.

b) Após o avanço, o Peão situa-se numa casa central e domina uma delas. Logo, é um lance de ação central.

A resposta afirmativa às duas perguntas sobre um lance de abertura (É um lance de desenvolvimento? É um lance de ação central) indica que este deve ser um lance indicado na abertura. Este lance não é de ataque nem de defesa, é considerado um lance neutro.

1 ... e7-e5
Os objetivos das Negras são os mesmos.

2. Cg1-f3
É lance de desenvolvimento. Observe que o Cavalo, em sua casa inicial dominava três casas: e2, f3 e h3. Com este lance, ele passa a dominar oito casas: g1, e1, d2, d4, e5, g5, h2 e h4
É lance de ação central, pois das oito casas dominadas, duas delas são centrais (d4 e e5).
É lance de ataque, pois ameaça o Peão negro de e5.

Nota: as casas f3, c3, f6 e c6 são as melhores casas para os Cavalos quando iniciamos a partida com o peão do rei. Observe que nas casas e2 ou h3 o seu raio de ação seria menor e no segundo caso, sequer teria ação central.

Após o lance realizado pelas brancas, o jogador com as peças negras tem um problema para resolver: como defender o Peão posicionado na casa e5 que está sendo atacado?
Vamos analisar as possibilidades:
a) 2 ... f7-f6
Apesar de defender o Peão, este lance não é recomendável, pois priva o Cavalo do Rei de sua melhor casa, ou seja, onde ele dominaria oito casas, sendo duas delas centrais. Além disso, enfraqueceria um futuro roque pequeno, pois desestabilizaria a barreira de Peões do roque (abre a diagonal a2-g8 por onde poderia atuar o Bispo ou a Dama brancos). Sua ação central também não seria muito efetiva, pois apenas defenderia o Peão atacado. O avanço deste peão, também, limitaria a possível saída da Dama negra via diagonal d8-h4.
Nota: Se as Negras realizarem este lance, uma possível linha seria: 2 ... f6 3 Cxe5! fxe5 4 Dh5+ g6 5 Dxe5+, seguido de 6 Dxh8, ganhando material.

b) 2 ... d7-d6
Defende o Peão, permite a saída do Bispo da Dama através da diagonal c8-h3, mas limita a ação do Bispo do Rei na diagonal f8-a3 e tem pouca ação central. Por isto não é considerado uma boa defesa

c) 2 ... Dd8-e7
Além de não exercer ação central efetiva, também impede a saída do Bispo do Rei.

d) 2 ... Dd8-f6
Se posiciona na melhor casa do Cavalo e se expõe, após o avanço do Peão da Dama branco, ao ataque de Bispo em g5. Sua ação central é muito pequena. Por estes motivos não é uma defesa recomendada.

e) 2 ... Bf8-d6
Bloqueia o avanço do Peão da Dama das negras e, conseqüentemente, impede o desenvolvimento do Bispo da Dama negro.

f) 2 ... Cb8-c6
Defende o Peão do Rei atacado, exerce ação central (casas e5 e d4), é lance de desenvolvimento (amplia o raio de ação do Cavalo de 3 casas iniciais para 8 casas) e não impede a saída de nenhuma de suas peças. É sem dúvidas a melhor opção. Assim sendo:

2 ... Cb8-c6

Confira no diagrama ao lado a posição após: 2...Cb8-c6

3. Cb1-c3
Em sua casa inicial este cavalo dominava apenas 3 casas (a3, c3, d2), com este lance passou a dominar 8 casas (b1, d1, e2, e4, d5, b5, a4, a2), logo é um lance de desenvolvimento. Das oito casas que passou a dominar, 2 delas são centrais: d5 e e4.

3 ... Cg8-f6
As Negras optaram por este lance pelas mesmas razões apresentadas no lance anterior. A posição que se chegou neste momento é chamada de Abertura dos 4 Cavalos.

4. Bf1-b5
Vejamos as vantagens deste lance:
a) Em sua casa inicial este Bispo dominava as casas g2, e2, d3, c4, b5 e a6. Após se posicionar em b5, continuou dominando o mesmo número de casas da diagonal f1-a6 e passou a dominar as casas a4 e c6, ou seja, ampliou o seu raio de ação, caracterizando um lance de desenvolvimento.

b) É um lance de ataque, pois ameaça o Cavalo negro de c6, que age no centro do tabuleiro e por este motivo, dizemos que o Bispo tem ação indireta no centro. Observe que já existe a ameaça branca Bxc6, deixando o Peão negro de e5 indefeso e atacado pelo Cavalo branco de f3.

c) Torna possível o roque pequeno.

4 ... Bf8-b4
Após a análise anterior, somos levados a pensar que as Negras devem defender o Peão do Rei, pois as Brancas ameaçam 5. Bxc6 seguido de 6. Cxe5. Um lance que poderia passar pela cabeça ao invés do executado na partida seria 4 ... d6, mas ele obstruiria a saída do Bispo do Rei, e não devemos posicionar as peças na abertura de maneira que impeçam o desenvolvimento das outras.

Com o lance do texto, as Negras optaram pela defesa pelo contra-ataque. Observe que as Negras passaram a atacar o Cavalo branco de c3, que também defende o seu Peão do Rei, que está atacado pelo Cavalo do Rei negro. Logo, se 5. Bxc6 (com idéia de ganhar o Peão do Rei negro), seguiria 5 ... dxc6 6. Cxe5 Bxc3 7. bxc3 Cxe4 e as Negras recuperam o Peão.

O Bispo negro realizou um lance de desenvolvimento, de defesa (pelo contra-ataque) e de ação central (indireta, pois ataca o Cavalo branco de c3 que tem ação no centro). Com este lance, aprendemos um novo conceito: a defesa pelo contra-ataque.

5. 0-0 (Re1-g1 + Th1-f1)
O roque deve ser realizado por quem se inicia no xadrez o mais rápido possível, e de preferência, o roque pequeno. Por que? Pelo fato de o roque colocar o Rei em segurança e, também, colocar a Torre em jogo rapidamente.

Veremos mais à frente alguns casos em que se faz o roque grande com o objetivo de atacar pela ala do Rei quando as peças já estão instaladas naquele setor do tabuleiro e o Rei adversário fez o roque pequeno. A isto segue o avanço dos Peões desta ala (do Rei) apoiados pelas Torres na primeira horizontal.

Há ocasiões onde o "atraso" do roque é proposital para verificar qual dos roques o adversário fará para fazer a sua opção, mas de maneira geral, o melhor é rocar o mais cedo possível e de preferência o roque pequeno.

5 ... 0-0 (Re8-g8 + Th8-f8)
A luta começa a tomar forma. As Negras optam por rocar na mesma ala que as Brancas, o que começa a caracterizar uma luta no centro do tabuleiro. Se rocassem em lados opostos, ambos teriam o plano de avançar os Peões das alas contrárias aos seus respectivos roques para atacar o roque adversário.

6. d2-d3
As Brancas defendem seu Peão central ao mesmo tempo em que abrem a diagonal para a saída de seu Bispo da Dama. É um lance de defesa e de desenvolvimento.

6 ... d7-d6
Pelos mesmos motivos das Brancas.

7. Bc1-g5
O Bispo branco dominava somente as casas de sua diagonal aberta, agora age também sobre as casas h4 e f6 (onde se encontra o Cavalo adversário). Logo, este é um lance de desenvolvimento.

Observe que o Cavalo negro está cravado (não deve mover-se, pois o Bispo capturaria a Dama). Concluímos então que também é um lance de ataque.

Em contrapartida, as Negras não temem 8. Bxf6, pois seguiriam com 8 ... Df6. Mas a ameaça do primeiro jogador é outra: 8. Cd5!, atacando novamente o Cavalo do Rei negro, seguido de 9. Cxf6+ gxf6 (forçado) 10. Bh6 e as Brancas conseguem romper a barreira do roque negro, abrindo a coluna "g" para um ataque. Essa manobra é possível por causa do Cavalo negro cravado.

7 ... Bb4xc3
Levando em consideração a análise feita no lance anterior, as Negras percebem que é necessário trocar seu Bispo pelo Cavalo branco para evitar que ele se dirija à casa d5. Se jogam 7 ... h6 com o objetivo de combater a pregadura, seguiria 8. Bh4 g5 e a barreira de Peões do roque está enfraquecida. Além disso, todo avanço de Peões deve ser muito bem pensado, visto que é a única peça que não retorna, portanto, a casa que ele deixa de vigiar após seu avanço não poderá mais ser defendida por ele. Após este tipo de pressão dos Peões, geralmente o Bispo retrocede para g3, mas neste caso específico há uma continuação interessante: 9. Cxg5! hxg5 10. Bxg5 Bxc3 (único que evita 11 Cd5!) 11. bxc3 De7 12. Df3 Rg7 13. Dg3, seguido de f4.

8. b2xc3


8...Cc6-e7
O lance negro não é bom, pois permite o enfraquecimento do roque e dá chance às Brancas trocarem seu Bispo pelo Cavalo negro, quebrando a barreira de Peões do roque, onde surgiria uma coluna aberta (coluna g), por onde podem agir a Dama e/ou Torre brancas; formam-se peões dobrados (f6 e f7), que devem ser evitados, pois são fracos; gera as casas fracas, f6 e h6 (não podem mais ser defendidas por Peões), onde podem se instalar peças adversárias.


Confira no diagrama ao lado a posição após: 8...Cc6-e7

De maneira geral isto deve ser evitado, mas neste caso as Negras não podem ser criticadas, pois conseguiriam tirar vantagem da posição. Vejamos um exemplo do que poderia seguir: 9. Bxf6 gxf6 10. Ch4 c6 11. Bc4 Cg6 12. Cxg6 hxg6 13. f4 Rg7 14. Df3 Th8 e as Negras conseguem tirar proveito da coluna h que ficou à sua disposição.

Mas lembre-se: um roque bem defendido é aquele no qual a Torre está ao lado de seu Rei, a barreira de Peões está intacta, e o Cavalo posicionado em sua melhor casa (f6 ou c6, dependendo do roque). Mais cedo ou mais tarde esta estrutura será alterada, e quando chegar a hora deve-se analisar bem de maneira que não permita que o adversário tire proveito da situação.

9. Cf3-h4
As Brancas começam a manobra para abrir a coluna “f” movimentando o Cavalo para que o Peão de “f” avance. Esta é uma manobra típica para aproveitar a ação das Torres nas colunas abertas.

9 ... c7-c6 10. Bb5-c4
Devemos sempre procurar a iniciativa no xadrez. Quanto mais recuamos, mais o adversário avança e tendo em vista que o tabuleiro é um espaço limitado, em pouco tempo, efetuando lances passivos, chegaremos a uma posição restringida.

Com o lance do texto as Brancas continuam com a iniciativa, pois ao invés de simplesmente recuar para a4, optam por colocar o Bispo em c4 onde age diretamente na diagonal onde se encontra o Rei negro e atacando diretamente o Peão f7, que embora tenha duas defesas, devemos destacar que uma delas é do próprio Rei!

10 ... Bc8-e6
As Negras temem a ação do Bispo branco e tratam de propor a troca do mesmo.

11. Bg5xf6!
As Brancas fazem agora o lance que já era possível há dois lances atrás, mas neste momento o estrago é maior, pois as Negras não terão tempo de reagir, tirando vantagem da coluna que se abrirá.


Confira no diagrama ao lado a posição após: 11.Bg5xf6

11 ... g7xf6
Lance forçado, pois se 11 ... Bxc4? 12 Bxe7! Dxe7 13 Cf5! seguido de 14 dxc4, ganhando uma peça.

12. Bc4xe6 f7xe6 13. Dd1-g4+
A coluna aberta começa a ser utilizada. A Dama ataca o Rei e o Peão e6 indefeso. São muito úteis os lances com mais de um objetivo, pois limita a resposta do adversário.

13 ... Rg8-f7
Forçado, pois caso contrário perderia o Peão.

14. f2-f4
Seguindo o plano de abrir a coluna f e agir com a Torre nela.

14 ... Tf8-g8
Aparentemente as Negras conseguiram uma compensação ocupando a coluna aberta com sua Torre, mas esta vantagem não é duradoura!

15. Dg4-h5+
Mais uma vez o recurso do lance com mais de um objetivo é utilizado. As Brancas atacam o Rei e o Peão h negros. A resposta negra novamente é limitada.

15 ... Rf7-g7
Defendendo o Peão e saindo do xeque.

16. f4xe5
O bom posicionamento das peças começa a dar frutos. Abre-se a coluna f para que as Torres ajam sobre ela.

16 ... d6xe5
Mais um lance forçado, pois se 16 ... fxe5, o mate é inevitável, 17 Tf7+ Rh8 18 Dxh7++. Este exemplo demonstra a força de uma Torre na coluna aberta.

17. Tf1xf6!
Nunca sacrifique uma peça se não tiver 100% de certeza que o adversário tem como refutar a sua combinação! Se houver dúvida, por menor que seja, o melhor é não fazê-lo. Mas neste caso, as Negras já estão perdidas...


Confira no diagrama ao lado a posição após: 17.Tf1xf6

17 ... Rg7xf6
As Brancas estavam ameaçando entrar com a Torre em f7 e seguir com o mate como na linha anterior.

18. Ta1-f1+ Ce7-f5
Mais um lance forçado, pois se 18 ... Rg7 19. Tf7+ Rh8 20. Dxh7++

19. Ch4xf5!
Melhor que 19 exf5, pois permitiria a fuga do Rei das Negras via e7, que também perde, mas a resistência seria maior.

19 ... e6xf5 20 Tf1xf5+ Rf6-e7
Se as Negras jogassem 20 Re6, a continuação seria exatamente a mesma.

21. Dh5-f7+ Re7-d6
Forçado.

22. Tf5-f6+ Rd6-c5
Forçado. Observe que esta peregrinação do Rei está sendo possível graças ao descuido com a proteção do roque.

23. Df7xb7!
A Torre branca não pode ser capturada, pois as Brancas estão ameaçando mate com 24 Db4++ ou 24 Txc6++.


Confira no diagrama ao lado a posição após: 23.Df7xb7

23 ... Dd8-b6
Forçado. Tentando obstruir a passagem da Dama branca e defendendo o mate com a Torre.


24. Tf6xc6+!
Vemos aqui mais um conceito de Tática: desvio de peça defensiva (a Dama negra que defende o mate em b4).

24 ... Db6xc6
Forçado. Observe que ao ser obrigada a se dirigir para a casa c6, após capturar a Torre, a Dama negra tirou a casa de fuga do seu Rei.

25 Db7-b4 xeque-mate (1-0)

ENSINAMENTOS DA PARTIDA

1) Lance inicial recomendável
1 e4 e sua melhor resposta 1 ... e5.

2) Ataque direto à peça adversária
2 Cf3, atacando o Peão e5 negro.

3) Defesa direta de peça atacada
2 ... Cc6, protegendo o Peão do Rei negro. Vimos também porque 2 ... Cc6 é a melhor defesa para o Peão atacado.

4) Casas ideais para os Cavalos
Brancas: c3 e f3; Negras: c6 e f6. Veja o segundo e terceiro lances de cada um dos lados.

5) Casas eficientes para os Bispos quando os Cavalos inimigos estão em c6 e f6
Respectivamente as casas b5 e g5, pois não há o problema do avanço do Peão à c6 (ou f6) expulsando o Bispo. Vide os lances 4 Bb5 Bb4 e o lance 7 Bg5

6) Ataque indireto à peça inimiga
O Lance 4 Bb5 é um exemplo disto, pois ameaçava 5 Bxc6, eliminando a defesa do Peão do Rei negro, para seguir com sua captura pelo Cavalo.

7) Defesa indireta da peça atacada ou defesa pelo contra-ataque
Veja a análise do lance 4 ... Bb4.

8) Lances de desenvolvimento e ação central
Os quatro primeiros lances de cada lado e o lance 7 Bg5.

9) Razões para rocar o mais cedo possível

10) Troca de peças para anular o plano inimigo
Um exemplo foi o lance 7 ... Bxc3, com o objetivo de evitar 8 Cd5! que seria desastroso para as Negras, pois enfraqueceria seu roque.

11) Enfraquecimento do roque
A partida foi um claro exemplo de aproveitamento das brechas de um roque enfraquecido.

12) Abertura de colunas sobre o roque adversário
As Brancas preparam a abertura da coluna sobre o roque inimigo com 9 Ch4, 14 f4 e 16 fxe5 onde as Torres agiram decisivamente.

13) Orientação das peças para onde se encontra o Rei adversário
O exemplo nesta partida foi o lance 10 Bc4 ao invés de 10 Ba4 que seria muito passivo

14) Debilitar o roque inimigo no momento exato
O lance 11 Bxf6 não deu compensação às Negras pela destruição do escudo real. Se tivesse sido jogado dois lances antes, as Negras teriam a compensação pela coluna g aberta.

15) Lances com mais de um objetivo
Estes lances são muito eficientes e limitam a resposta adversária e, às vezes, ganham material.

16) Combinações
Os sacrifícios de peças devem ser efetuados apenas se você tiver absoluta certeza do que está fazendo. Nunca conte com o erro do adversário. Antes de um ataque ser efetuado é necessário que as peças estejam bem posicionadas, pois caso contrário fracassará. É o caso de 17 Txf6!

17) Como explorar o roque adversário debilitado
Vimos a marcha forçada do Rei negro, conduzido ao local do mate. O roque deve ser praticado o mais cedo possível (e de preferência o roque pequeno), mas não deve ser enfraquecido pelo avanço ou desaparecimento dos Peões do roque.

(by Orpheu D`agostini)

2 comentários:

Lucas disse...

A melhor publicação desse blog, sem duvida.

João Paulo Moço disse...

Os comentários da partida são pedagogicamente maravilhosos! Parabéns e obrigado!